segunda-feira, 28 de outubro de 2013

As Regras Da Atracção


Há uma regra universal que tem poucas excepções: o belo atrai. A beleza é magnética. O bonito seduz. Corpos tonificados. Curvas adocicadas. Ombros largos. Abdominais definidos. Mamas cheias.

Descia, há umas semanas, a Rua Garrett com um colega mais velho. Íamos à Fnac. Quando entrámos nos Armazens, duas miúdas enroladas numa saia lapis encarnada, equilibradas em altos saltos e com um top preto faziam as delicias de olhares indescretos. Comunicavam uma qualquer actividade. Ou evento. Ou marca. Não sei. Ambos olhámos. Discretamente. Nenhum comentou. Eu comprei um livro. Ele comprou o CD de Linda Martini. Apesar de mais velho, contínua a ter bom gosto musical. Isso e o óptimo sentido de aprumo estético dentro dos seus fatos Lavin. Quando voltámos a passar pela a entradas, as míudas ainda lá estavam. Voltámos ambos a olhar. Discretamente. Mas desta vez comentámos.

A determinada altura, diz ele, assenta-nos uma camada de indiferença. Cobiçamos as miúdas não pelos corpos e pela sua beleza, mas por aquilo que deixámos de ter, a juventude. E essa é a maior regra da atração, os corpos atraem-se pelo seu prazo de validade. Achei aquilo demasiado excessivo. Ele insiste, quantos anos achas que têm? 20, 20 e poucos? Com quantos estás? 30 e 1? Existem elementos que não se controla. Depois confidencia-me quando tomou conhecimento desta realidade. De histórias de casos de noites em discotecas badaladas nos anos 80. De jantares em restaurantes finos que terminavam em suítes pisos acima. Como tudo a determinada começou a esfumar-se. Ainda não estou convencido. Falo em charme e em elegância. Falo em savoir-faire e jen ne sais qoui. Ele sorri com os anos que tem. Isso é atracção para além dos corpos.

Ao fim do dia subia a Av. da Liberdade e pensava na conversa. Até que ponto é que a determinada altura passamos a ser indiferentes. A beleza desvanece. E a atracção? E a tesão? Sentei-me num quiosque pedi um café e esperei por Ela. Quando chega tenho direito a um beijo no pescoço. Conto-lhe a conversa. Ela pousa os Ray Ban no tampo e olha-me nos olhos enquanto mexe o açúcar do seu café. Ri-se com o que relato. Impossível perder-lhe esta atracção. Mas ela tem sempre uma resposta em forma de provocação. Então? Pergunto-lhe. E ela conta-me de um episódio do Sex e a Cidade em que a Samatha está com um velho. Mas que tudo termina quando, depois de terminaram, tu sabes, sessões de sexo à la Samantha, o velho vai à casa-de-banho e ela vê-lhe o rabo flácido e descaído.

A verdade é que os corpos, com as suas pessoas, continuam a passear-se lançado o lascivo desejo para uns. A perturbante indiferença para outros. Atração essa, é mutável. A única regra uníversal é a da abertura. Salvo excepções, o belo atrai. O que é o belo? É melhor ser belo do que bom. Mas, por outro lado, ninguém está mais pronto do que eu a reconhecer que é preferível ser bom a ser feio. Disse Oscar Wilde, mas nada diz sobre a juventude.

2 comentários:

Xuxi disse...

I disagree.40's are the new 20's.
I've never been better ... Or sexier.
You can still be toned and well defined when you are old, being saggy - no turning point kinda shit - generally only starts at 60ish if you work out regularly

Xuxi disse...

A lei da atraccao? Essa nao se explica nem se teoriza... É magnetismo puro