sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Desabafo

Em véspera de Natal e em vésperas de poder voltar a colocar o corpo sob a tensão do desporto deserto. Escolho o verbo desertar para não dizer, ainda que de forma subliminar, que sou um desistente.
 
O passado fim-de-semana falava de livros com amigos meus. Arquitectos que vivem numa casa de parades brancas e pé direito alto. Soalhos de madeira bem tratada e com um salamandra na sala. Estava-se bem, quentinhos, com café e esses de Azeitão. E deixei sair um comentário que prefiro livros com a vitória do conteúdo sobre a forma. Isto até chegar a casa.
 
Na minha casa, também com paredes brancas, mas de pé direito um pouco mais baixo e sem salamandra mas com um Gato Preto que se enrola nas pernas, abri o portátil. reli o que estava escrever. E não havia grande história. Não sabia sequer, para onde queria que a história fosse. Gostava, sim, do que estava a escrever. De algumas frases. Mas, nada tinha uma orientação. Um sentido. Um destino. Fechei o portátil.
 
Desertei.
 
Talvez histórias longas são muito difíceis. São. São maratonas de palavras que não estão ao alcance de todos. Há uns que se concentram e chegam ao fim. Esgotados, rotos, de rastos. Mesmo que sejam maus corredores. Mas no final têm uma maratona no palmarés. Enfim. São meras vitórias pessoais.  
 
 
 
 
 

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