segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Alimentação

Cozinho. Com gosto e prazer. Ao início começou por ser uma necessidade. Longe de casa dos pais, tinha de ser eu. Tentava imitar o que a minha mãe fazia. Tentava fazer o que sempre comi mas em vegetariano. E sabendo que estava a tirar a carne e o peixe comecei a ler. Ler, é sempre onde começa todas as grandes decisões da minha vida. Um dia entrei na fnac e comprei livros. E mais livros. Precisava de saber onde estavam os nutrientes.

E, se tudo o que soubesse sobre comida estivesse errado?

Foi assim que lentamente comecei a interessar-me pelo que comia. De onde vinha. Os efeitos que tinha no meu corpo. Ouvia falar em dietas, sem nunca ter feito nenhuma, e não percebia a sazonalidade de modificar os hábitos alimentares. Cresci com a máxima de que os doces eram esporádicos. E não havia limites ao que comia. Se tinha fome, comia. Se estava cheio, parava. Não tínhamos escassez, tínhamos sorte. E éramos normais.

No início do verão passado caí de bicicleta. O joelho deu de si. Quando achava que estava a melhorar decidi correr para testar o meu corpo. O joelho ainda estava frágil e jogou-me de volta para o repouso. No final do ano, já quase bom, sofri uma pequena cirurgia. Isto fez com que me afastasse das corridas. Do ginásio. Da bicicleta desde o Verão. Deu-me mais tempo para cozinhar. E pensar no que comia. Mas numa outra máxima: se não posso ter actividade física convém controlar o que como.

E estava errado.

Se comer comida a sério e não produtos que se parecem com comida o nosso corpo reage de forma correcta. Massa é criada pelo homem. O açúcar é criado. Durante este tempo limitei ou reduzi a ingestão daqueles. A estes juntei o pão. Não me dou bem. E, parado, sem actividade física o meu peso baixou. Numa consulta em que o médico me observava o joelho falei-lhe da perda de peso. Ele mediu-me a massa gorda e o índice muscular. Estavam normais. Mas, pelo sim pelo não, disse-me ele, vais fazer uns exames.

Nada estava errado.

Tirando o joelho, claro.

Mais uma vez, liguei a net e procurei livros. Mandei vir da amazon. Do ebay. Do Book Depository. Descobri que há várias correntes. Vários opiniões. De um lado nutricionistas e no outro cientistas dos alimentos. E por vezes estes misturam-se. Ao mesmo tempo ia observando a forma do meu corpo reagir ao que comia. Quando comia. Como comia.

Uma caloria não é uma caloria. Medi-las é perda de tempo.

Faz-me confusão quem, podendo, conta a quantidade de comida que coloca no prato. Somos o que comemos. Produzimos de acordo com o que comemos.

2 comentários:

Kapu disse...

Tenho em casa uma dietista e portanto volta e meia temos conversas sobre comida. Ela, sendo da área, tem uma relação diferente da minha com a comida. Para mim comer é um prazer. Para ela o comer é um desafio e a profissão dela.

Prevalece, acima de tudo, o bom senso la em casa. Embora eu tenha noção que exagere na quantidade, volta e meia, do que como. Porque me sabe bem. Apenas isso. Compensar depois. Com exercício, acima de tudo.

Gosto mesmo muito de tudo o que tenha a ver com comida, efetivamente.....

E disse...

Mas, o que me interessa, Kapu, é que os dientistas defendem, talvez influênciados pela vida actual, quando a mim há coisas que não me fazem sentido. Sabes, eu não tenho qualquer problema em exagerar nas quantidas. faço-o quase todos os dias, em carne e vegetais. Não ingiro hidratos como massa.

Faz-me confusão, mas sou eu e não tneho bases, apenas o que lei e sei que, á partida há quem saiba muito mais que eu e melhor fundamento, a piramide tenha na base produtos que não existem, somos nós que o fabricamos.