segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Amores Platónicos

Num fim-de-semana passado saímos para a Costa ao fim da tarde. Eu e mais uns amigos. Ondas tardias num sábado que se alongava, era o plano.  Cruzámos a ponte quando um dos que ia sentado atrás grita, aumenta o som, aumenta o som. Quase que parámos o carro. Alguém pergunta, baixinho, a medo, mas gostas disto? Tocava Bruno Mars. E o primeiro, com calma, responde é isto, é tão isto. E aumentámos o som e continuamos.

Alguns segundos depois, ele volta a gritar, é aqui, é aqui. E aumentamos o som e ficámos em silêncio.

All you you wild girls
You make a mess of me
Yeah, you young wild girls
you`ll be the death for me, the death for me

Entretanto, enquanto a música continuava, chegámos e estacionámos. Alguém pergunta, o que é que tem a música? E ele insiste, é tão isto. Quando cheguei aos trinta isto passou a ser uma realidade. Desatámos todos a rir. Mas ele continua, é verdade. As míudas de vinte e poucos prendem-me a atenção como nunca me tinham prendido. Pelo menos eu não me apercebia. Agora são um fruto proibido. Eu finjo que não estou a olhar mas ela apanha-me sempre. Voltámo-nos todos a rir. E ele diz, olhem ali, olhem. Da praia regressavam duas miúdas. Cabelos em desalinho e pele dourada. calções curtos e tops esvoaçantes. Vêem? São amores platónicos, diz ele. Preenchem-me a cabeça quando as vejo. Só isso, cobiço-lhes a beleza. Sou como o Pedro Paixão e o MEC.

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