segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Não estou destinado a ser nada do que não sou

E sempre quis ser muita coisa. E nenhuma delas a que sou hoje. Um dia, inclusive, tive a ousadia de pensar que queria ser escritor. E rock star. E cientista. E uma data de outras coisas. Almejei essas ideias. Acarinhei-as. Senti-as nos dedos. Na língua. No pensar. E, hoje, não o sou. Agora, com a devida distância, olho para trás. Vejo vícios. Vejo erros gramaticais. A falta de ideias. Vejo como nunca poderia ter sido alguma daquelas coisas. Mas vejo-me a mim e vejo o que sou hoje.

E se não estou destinado a ser nada que não o que sou, agora não quero ser mais nada.  Mas, também gosto de muitas coisas que não vou ter. O que me leva para a vida. Sim, a vida em geral. Não é o que somos e o que temos. Mas também aquilo que quisemos ser e quisemos ter. Uma espécie de o sonho comanda a vida. Mas, como me disse um amigo meu - e quando o disse estava em profundo efeito do alcool, o que, pensando bem, até é o mais perto da verdade que alguma vez esteve - o sonho nunca deverá ser concretizado. Já as ambições e desejos é diferente. Agora o sonho dever-se-á manter longe. Como a cenoura nos cavalos. Ali à frente. Mas nunca se alcança.


2 comentários:

Ivanova Araújo disse...

Antes de mais! Seja bem-vindo, fez falta por estes lados... Os teus textos são sempre uma boa companhia e uma boa leitura.
Well, eu não sou aquilo que sonhei ser os meus sonhos foram mudando e estão sempre mutação mas... é preciso eles existirem para que de certa foram tenhamos algo para viver e aspirar. Uma vez todos concretizados o que nos resta? Esperança? Fé? Mas em que?

E disse...

Ainda não é um regresso oficial. se o for, de todo.

Um sonho sem uma data é uma mero desejo, li algures esta semana. e lembrei-me ao ler do teu comentário.