Anos largos. Largos são já os anos. Cópia descarada para
começar. Mas é verdade, já são largos os anos em que o Direito era algo que me
importava. A vida, responsabilizo eu, a vida, essa puta, levou-me de mim esse
gosto. Talvez. Ou talvez as escolhas pessoais.
Mas ele voltou. Por culpa dela. Há sempre uma feminilidade
que é sempre a grande culpada. Como Eva a quem devemos a culpa de tudo. Soa a
demasiado bíblico e a demasiado sexista. Conhecemos sempre pessoas novas que
nos trazem o que já perdemos há algum tempo. E, neste caso, agradeço.
O cérebro é tão menosprezado. Talvez esteja velho.
Talvez esteja gasto. Onde se viam mamas e cus agora são conversas, orações e
palavras que só algumas pessoas usam. E isso é excitante. Oh, foda-se, como é.
Onde entre o Direito nisto? Voltei a gostar de falar Direito. Por causa dela.
Um cérebro maior e melhor que o meu. Um raciocínio bem mais veloz que o meu. E
a diferença de idades é quase irrisória. Mas ninguém nos impede de admirar quem
não é velho. Quem não tem o mesmo sexo que nós. Alguém que partilha o pecado de
Eva.
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