Que ouve quando queres falar. E ouve, apenas. Ouve. Já ninguém sabe ouvir. Toda a gente tem opiniões e está cheia de «achos». O Blog, não. Ouve em silêncio. Digere em silêncio. Julga em silêncio. E devolve silêncio.
Silêncio.
Há uma teoria da história cíclica. Não a percebo correctamente. Nem sei se é uma teoria mesmo validada pela Academia. Mas no seu princípio tudo se repete. E se tudo se repete significa que vivemos o que já vivemos. As escolhas que fazemos, já as fizemos. E voltamos sempre aos mesmos sítios.
Será?
Volto ao blog num momento de viragem. Volto, não será bem assim. Apoio-me num momento de viragem. Tal como quando o abri pela primeira vez. Na secretária na casa dos meus pais. À noite no meu quarto. Optei pelo nome que não fazia qualquer sentido «hermeneuticamente fechado». Assim se chamava. E escrevi. Escrevi, escrevi e escrevi. Sobre o que sentia e queria.
Depois parei.
E apaguei tudo.
Mas o registo estava feito. Anos depois voltei, num novo momento de viragem. Um sítio onde queria escrever. Não sobre o que sentia mas sobre o meu mundo. Aquele que se passava dentro de mim. O mundo de sonhos onde as estradas era eu que as construía. A realidade era ditada por mim.
E agora, uma nova vez. Mas não sei se quero escrever sobre o que sinto. Talvez porque não sei o que sinta. Ou pense. Ou se penso corretamente o que sinta. Não acredito em mim. Não confio em mim. E um dos meus maiores medos pode ter-se concretizado. Tornei-me má pessoa e estou doente como o meu pai. Mas, depois penso. Se penso o que penso, talvez não esteja doente. Mas, não confio em mim. se não confio não confio no que penso ou sinta.
É tramado.
É um novelo.
Sou um novelo. Que me amaranho. E amaranho quem está o meu lado. E é injusto. Para quem está ao meu lado. Para mim é eu a ser eu.
Será que sempre assim fui assim e agora apenas tenho percepção?
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