quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O sol entra sempre pela janela no sábado




Naqueles dias ela tinha começado a dedicar-se ao pilates. Ainda não formei ideia clara sobre isso. Mas adoro as costas nuas com que insiste a aproveitar o sol das manhãs de sábado. O gato parece também apreciar. Deitado na poltrona virado para ela ali fica parado.

Há quem não faça planos e depois há todos aqueles que têm rotinas. Mesmo que as tenha ainda não decidi que nome dar ao que faço. Porque espero que ela termine enquanto bebo um americano. Uma destas parolices que adoptei. Não é um abatando ou um café duplo, é um americano. Este é um hábito antigo. Acordo, um copo de água e um café que se tornou um americano. Depois lá saímos para comermos alguma coisa. Combinámos com uns amigos. Onde eles vestem aquelas camisas com vários padrões e elas boyfriend jeans ou calções curtos. Ok, eu gosto de cores neutras e t-shirts. Assim sou eu. E ela? Bem, tomou-lhe o gosto por macacões. O padrão destes encontros, todos eles e elas têm aqueles fitinhas coloridas para os óculos. O efeito de massas de tendências.

Somos todos um só. Uma massa de gostos uniforme onde evidenciamos a nossa individualidade. Encolho os ombros. As coisas são como são. Como agora, depois da dieta do Paleo todos fazem jejum intermitente. Aos 30 somos todos intolerantes ao gluten. Não concebemos como bebemos leite na nossa juventude. Evolução, gritam. Vi num post no outro dia, argumentam. Aceno com a cabeça enquanto peço um latte com leite de arroz (ok, não julguem, é o meu preferido).



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