segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Morre Jovem o que os Deuses Amam - Part VII



O silêncio na ausência era um deserto de pensamentos ordenados. Um caos. E o caos precisa de organização. Precisa de ordem. Os humanos sem ordem são como máquinas desorganizadas. O futuro está nas máquinas, máquinas que sentem ou fingem sentir. Mas o caos alimenta a criatividade. E assim nasceu Álvaro de Campos. Onde todos falham Álvaro consegue perceber o erro. Percebe o futuro. Percebe que o desenvolvimento está na alienação de todos os sentimentos humanos. E o ópio é o gatilho. O ópio que partilha com Ofélia o O. Ofélia que três meses depois responde. Numa carta tímida. Numa carta de letras certinhas e demoradas. Letras desenhadas com cuidado com que escolhe as palavras. Fernando não precisa de mais. Mata Álvaro e cria Alberto. Porque a sensação de calma e ingenuidade preenche Fernando. Ofélia não pertence à cidade. Ofélia pertence ao mundo onde as cores são pálidas e belas. Onde são a moldura da sua pessoa. Iniciam um namoro por carta e pontuado por encontros furtuitos de palavras melosas e doces. De beijos escondidos em obreiras de porta e camuflados pelo seu bigode. Mas os seus espíritos diferentes afastam o que sentem parece ser difícil de aguentar. Alberto perde o interesse pelo campo e Fernando e Ofélia terminam a sua relação. Os tempos seguintes são confusos.

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