segunda-feira, 25 de março de 2013

Sempre me aborreci rapidamente





E tudo começou quando era criança. Criança, criança. Quis ir para a ginástica. Fartei-me. Depois quis ir para o Judo. Depois disso seguiu-se novamente a ginástica, mas desta vez de trampolim (cheguei a ir a competições). Depois houve aulas de guitarra. Ainda houve taekwondo. O futebol só foi abandonado por uma lesão, para alegria dos meus pais. Na faculdade era o primeiro a acabar os exames só porque me aborrecia de estar lá dentro. Escrevia o que sabia e vinha-me embora. Os outros ficavam lá a escrever folhas e folhas para parecerem muito inteligente e sabedores. E no final, agora adulto, fica que me aborreço facilmente. Prefiro aborrecer-me a ser um desistente. Mas bem vistas as coisas pode ser o mesmo. E aborreço-me do que escrevo. Talvez por isso projectos com ambições maiores que a minha própria ideia se vejam a meio da viagem convertidos em contos. E alguns deles abandonados porque me aborreço do que estou a escrever. Um género de, desapaixonei-me do que escrevo. Ou na melhor das realidades: aborreci-me.

 The bourgeois prefers comfort to pleasure, convenience to liberty, and a pleasant temperature to the deathly inner consuming fire. 
Hermann Hesse


Brooklyn by Woodkid on Grooveshark

3 comentários:

Anónimo disse...

:)))

E disse...

;)

Lia disse...

oh *.* ginástica de trampolins... que saudades :')