Almoço no Chiado

Foi ali no kaffeehaus, eu e mais um amigo. Fomos mais o Bukowski. O tipo está velho. Pedimos colas com gelo e uns hamburguers. Bukowski pediu o dele mal passado e um cerveja que bebeu de um trago mal chegou à mesa. Então, rapazes, como vai a blogesfera? Perguntou-nos. Encolhemos os ombros, não sabíamos o que responder. O normal, respondemos. Ele deu uma gargalhada alta que fez rostos virarem-se para nós. Ele ignorou. Miúdas, não é? O mundo é dominado por elas, aprendam. Mas que se lixe, as miúdas são o melhor da vida, disse. Mesmo que falem sobre jeans e camisolas. E quem é que não gosta de ver uma miúda com os lábios rosa suave? E depois, bem, toda a gente precisa de uma Zara na vida., hahaha. Depois foi-se embora. Comeu o hambúrguer em duas dentadas e simplesmente foi lá para fora. Ficamos ali ainda com a comida à nossa frente. O meu amigo disse-me que Bono uma vez disse que Bukowski não tinha tempo para metáforas. Não diz que a miúda tem a pele branca, imaculada. A miúda é gira. Ponto final. Lá fora vejo-o a fumar um cigarro e apreciar uma miúda de cabelos cumpridos e calças justas e percebo. 

Depois disso foi um almoço normal. Tanto quanto pode ser quando nos rimos com a idade mental de comentadores desportivos. Ah, sim falamos de livros e autores. Que cada livro tem um pouco do autor. E, já agora, gostamos que tenha uma boa história. E como os livros influênciam o que e como escrevemos. Talvez porque somos os dois de Direito. E eu, ainda acho que é porque o mundo está cheio de loucos. Daqueles a sério que fazem rebentar bombas que nos lixam a todos. E nós ali, no Chiado, no Kaffeehous é um bom exemplo. Mas isso é outra história. E depois fomo-nos embora. Eu fui fazer qualquer coisa. Ele também. 

Mais semana menos semana isto volta-se a repetir. Se a Coreia do Norte, claro, não nos mandar a todos pelos ares.