domingo, 12 de maio de 2013

J.L., é o teu dia, puto




Não escolhemos os nossos irmãos. Eles simplesmente nascem antes ou depois de nós. No meu caso, depois. Quatro anos depois. E nesse dia nasceu também uma estranha forma de gostar de alguém. Uma estranha forma de olhar para uma pessoa diferente de mim. Com gostos diferentes dos meus. Mas que eu gosto para lá do conhecimento e do pensamento. Gosto daquele puto - que para mim será sempre um puto - quando ganhou mais força que eu. Quando se tornou mais inteligente e mais esperto que eu. Quando se tornou bem mais culto que eu.
Vim a Lisboa para o ver quando nasceu. Era uma coisa pequena e enrugada. Hoje fui de Lisboa. Tantos anos depois voltei a fazer o que fiz naquele dia em que o pude ver pela primeira vez. Os nossos pais fizeram com que as nossas vidas fossem possíveis. E isso ligam-nos. Temos a mesma semente. Temos a mesma base. E ao olhar para o meu irmão, sei que eles fizeram um bom trabalho. O meu irmão é uma pessoa boa. Lá dentro está toda a humanidade. Mas não está isento de defeitos. É demasiado racional. Frio, por vezes. Mas eu não escolhia mais ninguém para meu irmão.
O meu irmão faz anos hoje. Nasceu no mesmo mês que eu, 10 dias mais cedo. Como a querer chegar primeiro que eu. Não me importo de ficar em segundo quando o primeiro for ele. Que ele seja sempre o primeiro.

4 comentários:

Uena disse...

Parabéns mano!
É tão bom ter manos. E o amor fraterno ❤

E disse...

Ele agradece, ainda que nao saiba disto ;)

Margarida disse...

Essa coisa do amor entre irmão é capaz de ser das ligações mais fortes que conheço! Torna-se quase irracional o quanto gosto da minha little sis! ;)

E disse...

Sim. Por isso não existe um afecto, um amor, um gostar. existe vários gostares, vários afectos, vários amor. Entre irmãos, é um deles. forte? sem dúvida.