quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A Evolução Da Desumanização - Part II (Miscelânea)

Evoluímos para uma perda de alguns dos conceitos que nos tornam humanos. Aqueles que nos tornam capazes de grandes feitos enquanto agrupados uns nos outros por um conjunto de sentimentos.  Conseguidos através de negarmos uma espécie de natureza muito humana que é a maldade intrínseca. Mas somos tão maus quanto cobardes. E foi isso que nos juntou.
Em Brave New World, Huxley, fala num mundo onde a apatia lidera como adjectivo para todos nós. O livro foi publicado em 1932. Esta ideia de que quanto mais evoluímos mais regredimos, enquanto pessoas, enquanto comunidade, não é nova. Até que ponto serve que nos sacrifiquemos para viver mais? Comemos regradamente, fazemos desporto com regularidade, mas permitimos que deixemos de sentir. Sentir o que quer que seja. Chegará a altura em que o sexo é feito frente a frente, com roupa e sem toque. Os orgasmos serão estímulos eléctricos. O beijo, que até é uma invenção relativamente recente, irá desaparecer. Figurará apenas nos livros de história. Que serão hard drives.
Chega ao cinema um filme com a assinatura no guião de Cormac Mccarthy, The Counselor. Ainda que numa perspectiva completamente diferente o conceito de desumanização está presente. Por via da droga que alimenta riquezas quando destrói incautos. A miséria humana de uns enche os bolsos de outros. No fundo lucra-se com a miséria humana. Por cada pessoa que morre de overdose alguém encomenda caviar. O preço de uma vida humana mede-se em gramas e doses de uma qualquer droga.
O livro é bom. O filme não sei. A ideia preocupa-me.
Nota: Brave New World é também o título de uma música de Iron Maiden. O Filme está também a ser aplaudido pela forma como em aspectos cénicos  está construídos, e o fashion world espera com alguma atenção.

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