quinta-feira, 28 de novembro de 2013

No Fim, Tivemos Tempo E Ficamos Sem Ele

Os meus livros vão ficar, eu não. Eu vou ser um nome (...) eu apenas quero ser um nome.
António Lobo Antunes
 
A ideia de mortalidade atravessa-nos. Quando somos putos julgamos que somos invencíveis, imortais. Quando damos a primeira queca achamos que viver já valeu a pena. Mas a realidade é uma: todos vamos um dia morrer. O que fica de nós é uma memória que viverá apenas enquanto de nós se lembrarem. A mim, causava-me um certa impressão não deixar nada. Nada material. Nada físico. Mas depois, existe isto. A web. Um blog. Não posso fazer previsões, como vão ser as ligações do futuro. Mas ainda que elas mudem todas, os livros irão sempre superar a web. Sempre! Enquanto existir um, eles sobrevivem.
 
O livro mais antigo que me lembro de ler pertencia a Platão. Claro que não percebi na altura metade do que ele pretendia. E, talvez, ainda hoje não perceba. Mas o que me fascinou naquele livro era que não era uma história. Aquele livro, não exactamente aquele, tinha sobrevivido, e o pensamento de Platão era agora acessível. E isso é fantástico. Não estava a ler uma história. Lia o que alguém pensou anos e anos passados.
 
 
 
 

2 comentários:

Carol disse...

Partilho a opinião, os livros irão sempre superar a web. Para mim não há nada como o papel!

E disse...

O papel fica. É físico. Está ali. podes olhar para ele. E eu acho que isso faz toda a diferença. É completo, vês, tocas, cheiras ouves as folhas a passar.