terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um Dia Serei Ainda Mais Velho



Eça dizia que alguém, que ansei ser alguém, tinha de subir uma ou duas vezes o Chiado por dia. Trabalho no Chiado. Subo uma vez e desço outra. Pelo menos. Por mim cruzam-se tipos de cabelos com cortes de estilistas. Cuidadosamente segurados com pomada, gel e vento artificial para secar cabelos. Calças com dobras milimétricas em pernas estreitas, estreitinhas, fininhas. Ar compenetrado em nada enquando sobem e descem o Chiado. Tal como Eça ensina. Tudo muito pensado. São Dâmasos Salcedes, mas em magros. Fracos de carnes.

E passa por mim um Velho. Velinho. Ou novo. Ou a meio da tabela da vida. Mas desperfeito. Mãos de quem faz casas. Mas não sei o que faz. Ar de vida. De anos em cima da pele, da carne. A beleza da idade.

Exalta-se o estilo. Negligencia-se o charme. Tempos estes.

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