segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Life On The Big Screen

Noite cerrada tanto quanto pode ser numa cidade. As luzes, ainda que mortiças e amareladas, entram pela grande janela da sala. Sentado no sofá com os auscultadores oiço ópera. Acalma. Cheguei tarde, depois de um jantar de negócios, ou pretensos negócios, onde sai com um look à Don Draper mas agora sinto-me mais como Patrick Bateman. Indiferente a que metade da cidade durma o sono dos justa. Ah, que ironia, o sono dos justos. Se há coisa que nenhuma cidade tem é justos.

No outro dia fui correr. À noite também. Sem os impulsos de Fassbender em Shame, corri que nem um louco pelas ruas. E à noite saem todos aqueles que vivem melhor nas sombras. Incapaz de deixar o sol e a claridade do dia, continuo a ter um fascínio por aqueles que preferem o negro. Como os que se vestem de preto. A anti cor.

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